sexta-feira, 4 de novembro de 2016

CRIAR no Presídio da Trafaria



Na oficina  Habiarte  tivemos a oportunidade de explorar "as diversas possibilidades de habitar o espaço envolvente com construções simples, caminhos coloridos e casas de céu aberto"  
Uma das oficinas mais divertidas em que os pequenos participaram.
Organizado pela Plataforma Trafaria, projecto associado da 4ª Edição da Trienal de Arquitectura de Lisboa, um laboratório experimental instalado temporariamente no edifício 3 do presídio da Trafaria.


Dia 29 de Outubro.
São 10.40 e já estamos 10 minutos atrasados para o atelier Habitarte. No edifício 3 do presídio da Trafaria, somos recebidos com sorrisos e rapidamente encaminhados para o primeiro piso, subimos as escadas exteriores que nos levam à varanda com 5 portas dos muitos quartos existentes, a nossa porta diz "Atelier de Artes" e  esperam-nos para começar a projectar em papel, a peça de mobiliário que nos faria mais falta nas nossas casas, com giz e carvão foram desenhadas em papel uma mesa e uma retrete do tempo dos Reis (inspiração da visita ao Palácio de Mafra no fim de semana anterior) enquanto desenhamos, a responsável do atelier aproveita para nos falar um pouco de si, chama-se Patrícia Freire, trabalha na culturgest e tem um filhote de meses que também está presente, diz que ali pode ser mãe, num ambiente informal, acolhedor, quase caseiro.


Cada um pega no seu projecto em papel e lá vamos todos para a rua, um pátio enorme com uma oficina onde se trabalha a sério, ouvem-se falar várias línguas e quando nos dirigimos a uma das crianças alguém diz "ela não fala português".



O local onde vamos construir é um pequeno acampamento em que já existe uma tenda e também uma pequena fogueira, que esperam pelas nossas ideias.


A base da nossa retrete é uma cadeira de madeira e a mesa foi totalmente construída por nós com a ajuda da Patrícia, a madeira foi serrada e depois pintada e pintar é o que todas as crianças adoram, as tintas usadas foram tintas de cal, à mistura de cal juntou-se água e depois de mexer bem adicionou-se cola branca.








 Para além da mesa, foram pintadas na parede as sombras das crianças que participaram na oficina. 




O ambiente vivido neste espaço é muito acolhedor e harmonioso apesar da história que carrega. Cá fora há uma mesa para 50 pessoas ou mais, onde se serve essencialmente comida vegetariana preparada por uma chefe de cozinha, que não deixa nada ao acaso, desde o que se come à apresentação e serviço, como se de uma peça de teatro se tratasse, cozinha para a pequena comunidade que ali habita há já 15 dias, são de várias nacionalidades, com um estilo de vida muito hippie. Antes de abrir portas, tiveram de limpar e preparar o espaço para receber o público que ali vai ouvir música, conversar, beber e comer ou simplesmente estar.



Aberto até dia 11 de Dezembro, todas as tardes de sextas feiras e fins de semana. 
As oficinas para as crianças também vão continuar mas ainda não há datas.

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